Pela janela o sol, brilhante, parece caçoar de mim.
Um domingo chuvoso é tedioso, mas um domingo de sol é cruel, me lembra você.
Domingos eram os dias que fazíamos algo diferente.
Você me ensinou a andar de patins em um domingo.
Eu apresentei você aos maravilhosos temakis em um domingo.
Mas agora você não está aqui.
Amanha já é segunda, e isso é cruel.
Não por que segunda é dia de trabalho e faculdade, mas porque você me acompanhava até a faculdade, e depois me buscava no trabalho.
Mas agora você não está aqui.
Cada pequena parte de minha casa, parece uma pequena parte de você.
E o amor que ontem, parecia tão fácil quanto respirar, hoje me aperta o peito, como uma fortíssima falta de ar.
Quem dera eu fumasse para justificar esse aperto no peito, mas você fumava, e seu maço de cigarros pela metade ficou em cima da minha estante, ao lado do meu jarro/cofrinho, aquele que colocávamos cada moedinha, jurando que, um dia, isso renderia uma viagem por toda a América do Sul.
Se eu dissesse que quero lagar tudo, e fugir para a Dinamarca, só pra não encarar a rotina, a minha rotina, sem você, vou parecer muito covarde?!
Cada dia é igual ao outro, e isso é cruel, não por que me falta emoção, mas porque eu tinha você pra colorir todo esse cenário monótono.
Mas agora você não está aqui.
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