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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sonhando com você

Não chovia torrencialmente naquela noite, para dar um ar mais romântico. Na verdade era uma noite quente, muito quente, calor esse que se mesclava ao do meu corpo e parecia querer me sufocar.
Eram exatamente 23:27 de uma noite de domingo, quando eu bati na porta do apartamento dela. Quando eu interfonei a poucos minutos atrás ela pareceu preocupada pelo horário, quando eu disse que era um assunto importante, deu para sentir o mini-infarto por entre a linha telefônica.

Respirei fundo, senti o gosto do vinho na minha língua. Ela surgiu.

Usava um shorts de Lycra curto, uma camiseta larga, os cabelos presos em um coque torto no alto da cabeça, as faces rosadas pelo calor da noite. 
Não é uma beleza extraordinária, não verá alguém como ela na capa da Vougue, mas é a beleza dela!

"Tá tudo bem?" Sua voz foi como um balsamo, ou talvez uma maldição, me queimando a pele, me fazendo suar e perder o ar. 

Não, bem era a ultima coisa que eu estava, como poderia explicar que, cada segundo ao lado dela era uma maldição? Não por não gostar dela, longe disso, mas por não poder mergulhar naquele corpo de curvas tão acentuadas, por não poder tocar aquelas coxas que, parecem, existir apenas para me torturar, por não ter livre acesso aqueles lábios - e que lábios- que ficam assim entre abertos quando está curiosa, ou nervosa, e que tem um tom de vermelho, que faria inveja ao mais gostoso dos morangos.

Tudo ao meu redor parecia em camera lenta, o ar denso, quente, seus lábios entreabertos um doce convite, bastava eu me aproximar, bastava eu dar alguns poucos passos, e eu possuiria, por alguns segundos que fosse, o objeto de todo meu desejo....


PÉÉÉÉÉÉÉ

"Lô, acorda. Perdeu a aula toda fantasiando de novo"

Um risinho nervoso saiu de mim, é eu perdi, mas pior foi perder o fim da história.

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